Este artigo contém spoilers da 2ª temporada do Daredevil.
Após ter assistido aos 13 episódios no primeiro fim de semana que foram lançados, e depois de ter repetido a temporada, a minha opinião não mudou nada acerca do desempenho de Bernthal, o que foi simplesmente... ÉPICO!
O segredo para o sucesso na minha opinião foi simples:
-A humanização de Frank Castle;
-A adaptação fiél aos comics.
Bernthal deu uma intensidade ao personagem impressionante, também devido ao excelente trabalho da produção da série, mas de facto, foi algo que eu nunca tinha visto se estivermos a comparar com os últimos actores que desempenharam o papel de
Punisher ( Dolph Lundgren, Thomas Jane e Ray Stevenson).
É claro, que para ser credível tiveram que fazer um ligeiro upgrade ao personagem, deixámos de ter o veterano de guerra do Vietname, para um veterano do Iraque e Afeganistão.
Cresci com o Punisher sendo um veterano do Vietname, mas desde 2012, que a Marvel modificou as suas origens de guerra e não tenho dúvidas já na altura, tinham o objectivo de fazer uma possivel adaptação para o pequeno ou grande ecrã.
Em 2012 coincide também com a altura que a Marvel adquiriu os direitos do Punisher e do Blade.
Frank Castle está numa caça a todos os gangues que estiveram presentes no dia do assassinato da sua família.
Nos primeiros quatro episódios são inteiramente focados em Frank Castle, onde as suas motivações e objectivos são inteiramente explorados, seja na interacção com os criminosos ou mediante os confrontos com o Daredevil.
O ep.4 marca um ponto essencial nesta aparição de Frank Castle, onde o lado humano e sentimental são explorados onde Frank conta a sua história para o Daredevil quando este pergunta o que é o "One Batch, Two Batch. Peny and Dime" ( Um conto que ele lia todos os dias para a sua filha).
De realçar a ligação entre Frank e Karen Page. Page claramente sente admiração pelo Frank. Não aprovando os seus actos para pôr fim ao crime, mas acreditando que é um mal necessário. Os dois personagens possuem uma estranha química, sendo Karen a pessoa em quem Frank mais confia e Karen porque acredita que Frank, não é o monstro que todos pensam.
Page é essencial para Frank na busca do verdadeiro responsável pela morte da sua família.
As cenas de acção do Frank Castle daqui para a frente são de grande qualidade, nomeadamente a luta na prisão que é definitivamente das melhores de toda a série.
Existem alguns "buracos" na escrita que foram propositadamente deixados por preencher, como por exemplo o que aconteceu em Kandahar, a Frank e a sua equipa.
E o CD que Frank tira da sua casa com o nome de "Micro" antes de a destruir.
Esperemos que seja tudo explicado numa possível série a solo do Punisher.
Seria importante os escritores da série terem mostrado que antes de se tornar um vigilante, Frank tinha usado os recursos da lei para apanhar os assassinos da sua família, mostrar aos espectadores que esta foi a última das soluções encontradas por si, quando a lei falhou.
Resumindo:
-Frank eliminou praticamente todos os gangues intervenientes na transação de droga que vitimou a sua familia (Cartel Mexicano, Dogs of Hell e os Irlandeses;
-Eliminou o negociador de droga responsável pela reunião dos gangues, Coronel Schoonover com o nome de código Blacksmith.
Avaliação Geral: 9.5 / 10
Easter Eggs
MAX
Na série Frank adopta um rottweiler que pertencia aos irlandeses antes de Frank os ter eliminado.
Tal como nos comics, Frank adoptou este fiel companheiro quando este participava em lutas de cães proporcionado por um gangue que eliminou. Deu-lhe o nome de Max.
FINN COOLEY
Finn Cooley é um personagem da saga MAX criado por Garth Ennis. Ele é o "manda-chuva" da máfia irlandesa. Nesta temporada aparece "um" Finn que também é o chefe da mafia irlandesa e o Frank disparou um tiro de shotgun na cara. Presumivelmente ele está morto.
Mas poderão haver mais do que motivos para trazer este personagem de volta numa possível série do Punisher, com todas as características dos comics.
MICROCHIP
Parceiro do Punisher durante muitos anos, Microchip aka Linus Liberman constrói armas, tecnologia e é um excelente hacker.
Durante a segunda temporada do Daredevil, Frank parte uma moldura na sua casa com um CD com nome de "Micro".
Sem dúvida que mais um bom motivo para uma série a solo.
BLOCO D
A cela onde o Frank foi preso e onde se encontrava Wilson Fisk é o bloco D. Bloco D é o nome de um arco de Daredevil, onde ele foi preso depois de a sua identidade ser pública e o Punisher entregou-se ás autoridades para se juntar a ele.
Coronel Schoonover
Coronel Schoonover apareceu na série em tribunal para provar que Frank era um bom homem quando fazia parte do seu batalhão.
Schoonover na série é Blacksmith, o organizador da reunião dos três gangues que vitimaram a família de Frank.
Nos comics Schoonover foi responsável por várias baixas no batalhão de Frank como também traficou droga para os Estados Unidos.
Cena do Telhado
Mítica cena retirada directamente dos comics. Contudo há diferenças entre os comics e a versão televisiva.
Nos comics o Daredevil tenta disparar contra o Frank, mas a arma estava sem o percutor e não permitiu o disparo.
Na versão televisiva, Daredevil dispara sobre as correntes libertando-se e tentando evitar que o Frank dispare sobre o Grotto, mas sem efeito. Grotto é alvejado e morre.
Referências Rápidas:
Em julgamento o número da acusação de Frank Castle era 1986, data da sua primeira saga a solo "Circle of Blood", por Steven Grant e Mike Zeck.
Novamente em julgamento, o caso chama-se Povo vs Frank Castle, nome dado a um arco por Marc Guggenheim, na mini-série The Trial of the Punisher.
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Circle of Blood ( Círculo de Sangue) |
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The Trial of the Punisher |
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Algumas cenas da prisão foram retiradas da saga de Natham Edmondson e Mitch Gerads.
Durante o depoimento de defesa, Schoonover conta a história de como Frank, sozinho, limpou a zona de aterragem contra 32 insurgentes.
Não exactamente igual ao comic Punisher MAX: Born, pois este passa-se no Vietnam mas muito idêntico.